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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Hierarquia do candomblé ketu!



Olá irmãos de axe!
quero falar um pouco sobre a hierarquia do candomblé ketu! Claro que a hierarquia pode se estender para outras designaçoões da mesma forma.
Boa leitura!
KETU
Yálorixa/Babálorixa: significado das palavras yá do yoruba significa mãe, babá significa pai. Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê (postos de Ogan). Em algumas casas é também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
Ojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.

Yaegbé/Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheiro, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.

Yalaxé(mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.

Yakekerê(mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
Babakekerê(homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.

Ojubonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.

Yamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.

Yaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura dOs Iaôs. Sendo sempre essa pessoa de Obatala.
Yadagan: Auxiliam a Yamorô.
Axogun: Ogan responsável pelo sacrificio dos animais. Sempre de Ogun!
Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.

Yabassê(mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.

Yarubá/Ya-Tenin: Carrega a esteira para o iniciando.
Yatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
Yaba/Baba-Ewe Babalossain: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas".

Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.

Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
Yalabaké: A guardiã do alá de Osaala.
Elemoxo: O guardião das coisas de Osala.

Yatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.

Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú.
Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Egbon: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: irmão mais velho).
Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.
Yawô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbom.
Abian: Novato. É considerado abian toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual do bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.

Sarapebê: é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
Apokan: responsavel pelo culto de Olugbajé.

Temos muitos outros cargos, mas creio que esses sejam os mais populares.
Aséoo
Egbon Marcos Ty Ayra

Orisá exige feitura

Nesse post quero comentar o por que o orisá pede feitura?
Em primeiro lugar nenhum Orisá exige feitura. Você faz se quiser, mas existem alguns motivos para a necessidade da feitura:
- pela questão da ancestralidade;
- pela afinidade da pessoa com o Orisá;
- o iniciando precisa da força, energia, luz, paz, saúde, axé do Orisá para que ele tenha uma vida melhor.
- entre outras coisas que podem aparecer

O que muda num filho de santo feito?
Depende. A questão da iniciação é muito íntima, mas em essência o que se espera é que a pessoa mude sua vida para melhor, saúde, conduta, comportamento etc, além de ser mais confiante, alegre, determinado,equilibrado espiritualmente, pois o orisá é vida, luz, paz, alegria, força, energia, axé!

Se o santo pedir feitura e o filho não atender, o que acontece?
Para algumas pessoas nada, mas para outros tudo!
Para algumas pessoas aumentam uma série de aborrecimentos, desequilíbrios, doenças, pesadelos, perturbações, obstáculos, problemas espirituais e sociais de toda ordem que podem levar ao suicídio, à loucura e, pior, a um sentimento de angústia íntima, de que está em falta com algo maior que si mesmo. Orisá é amor, força, luz, energia, axé!

Há prós e contras, ou apenas prós?
Para mim existem somente prós.
Para alguns, somente contras, pois vai ter que aprender a ser uma pessoa melhor, pois o Orisá vai exigir isso dele. Algumas vezes por anciedade a pessoa escolhe o zelador errado, ou a familia errada e tudo começa a complicar.

O que isso acarreta em próximas vidas?
Já que entregamos o ori a um orisá, não devemos relacionar espiritismo, umbanda com culto a Orisá, candomblé, que são coisas diferentes. Na cultura Yorubá é essencial a iniciação para que você viva melhor neste mundo e no outro. O candomble por si nao cre em reencarnação. Pelo menos nao do modo que se cre em outras.
Em casos específicos, como não ter problemas de saúde, ou morte em seu caminho, onde sua vida é plena de realizações e felicidade, e o orisá pede feitura assim mesmo, por que ele pede?
O Orisá não exige feitura. Você faz se você quiser! Mas, se a pessoa está desenganada, é suicida, apresenta constantemente sérios desequilíbrios, não consegue ter uma vida saudável, tranqüila espiritualmente, não tem esperança, a luz, a força e a energia vital necessárias para buscar uma vida melhor, a iniciação poderá ser o caminho para tudo isso.
Porque algumas pessoas estão bem de saúde e bem de vida, “bolam”(desmaiam) sutilmente, ou só vêm descobrir por acaso num jogo de búzios ou até mesmo num ebó, que a razão disso é pq o orisá está pedindo feitura?
Por exemplo: ao bolar com uma enxaqueca, uma pressão que sobe, uma alteração de leve nos batimentos cardíacos, uma tonteira... Bolam pq seu Ori pertence a um Orixá. A presença espiritual do orixá provoca o movimento da energia vital, o que ocasiona o desfalecimento da pessoa q ainda não passou pelos rituais de ligação com o orixá necessários para receber esta energia e manter-se de pé e bem.
Porque anular as “entidades” de umbanda quando fazemos o santo no candomblé?
Umbanda é a prática da caridade através das entidades ou enviados dos orixás.
Candomblé é somente culto aos orixás. Não há necessidade de se anular as entidades se a pessoa, digo, o orisá quiser atuar na umbanda. Se eu quero fazer uma oferenda e sou feita na nação, vou fazer dentro do rito de nação, sem problema algum. Se eu quero tomar um passe ou receber conselhos, vou tomar um passe com um caboclo ou conversar comum preto-velho vou dentro do rito de Umbanda.

Espiritualidade é coisa séria, é mexer com vidas, nada nem ninguem o obriga ou força a fazer nada que não queira, portanto sempre fica a seu critério tomar toda e qualquer decisão sobre sua vida, mas como dito anteriormente, tudo é cabivel sim de mudanças de acordo com suas escolhas. Orixá só entra em sua vida se voce der espaço a ele e ser iniciado é um ato de amor ao orixá e vice versa, então ninguem é obrigado a fazer nada. Quando num jogo de buzios orixá indica feitura é porque ele sabe que pode agir de forma mais intima na vida do filho e de certa forma se aproximar cada vez mais trazendo sua própria energia para a energia da pessoa e sendo assim há também uma grande doação por parte do orixá também.
Decidindo por se iniciar, procure uma casa de santo idonea, com um zelador que seja da mesma forma idoneo, veja se voce se adapta a casa e a familia de axe, assim como com o zelador. Tenha noção de que mesmo que você mude de casa ou possa de "cansar" da vida de santo, voce assume um compromisso de no minimo 7 anos e obrigaçoes para com seu orixa. Assim como você nao gostaria de ser aguçado em algo para depois ser abandonado, orixa/Nkissi/vodum tambem nao quer isso! Orixa não é um bichinho que você aviva e depois deixa lá com um potinho com agua e tudo bem!
Iniciar-se é coisa seria! Pense sempre muito bem, quando orixa quer ele faz acontecer!
Ase


 fonte facebook.com/Òmo-Orisas

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Odù Èjìogbe

Èjìogbè
O Odù Èjìogbe fala de iluminação, bem estar geral, vitória sobre os inimigos, despertar espiritual, vida longa e paz mental.

Observação ocidental: Novos negócios ou intensificações nos negócios existentes, novos relacionamentos, ou experiências espirituais podem ser esperadas. Existe uma possibilidade de comportamento superzeloso que requer bom senso para ser superado.

Ejiogbe é o Odù mais importante. Ele simboliza o princípio masculino e, portanto é considerado o pai dos odùs. Na ordem fixada por Òrúnmìlà, Ejiogbe ocupa a primeira posição.

Em Ejiogbe, os dois lados do Odù são idênticos: Ogbe está em ambos os lados direito e esquerdo. O Odù deveria ser chamado “Ogbemeji”, mas ele é universalmente conhecido como Ejiogbe porque eji também significa “dois”. Há um equilíbrio de forças em Ejiogbe, que é sempre uma boa profecia.

Durante uma sessão divinatória, o cliente para quem Ejiogbe é divinado está buscando por paz e prosperidade. O cliente consultou Ifá porque ele ou ela quer filhos ou deseja se engajar em um novo projeto. Ifá diz que se o cliente fizer uma oferenda, todas as suas exigências serão satisfeitas e todos os seus empreendimentos serão bem sucedidos. É necessário o sacrifício para obter vitória sobre os inimigos que poderiam estar bloqueando os caminhos do cliente. Se ele ou ela tem trabalhado sem progresso ou feito negócios sem lucro, Ifá prevê prosperidade ou riqueza se a pessoa fizer os sacrifícios necessários. Em Ejiogbe, Ifá prevê vida longa desde que o cliente cuide muito bem de sua saúde.

Pessoas encarnadas pelo Odù Ejiogbe devem sempre consultar o oráculo de Ifá antes de tomar qualquer decisão importante na vida.


1 – 1 (tradução do verso)
As mãos pertencem ao corpo,
Os pés pertencem ao corpo,
Otaratara consultou o oráculo de Ifá para Eleremoju,
a mãe de Agbonniregun.
Foi pedido para ela sacrificar
Duas galinhas, duas pombas, e trinta e dois mil búzios,
a serem usadas para satisfazer o Ifá de sua criança.
Disseram que sua vida seria próspera.
Ela obedeceu e fez o sacrifício.


Owo t’ara, Ese t’ara, e Otaratara são os nomes dos três divinadores que consultaram o oráculo de Ifá para Eleremoju, a mãe de Agbonniregun (um dos títulos de louvação de Òrúnmìlà). Eleremoju estava enfrentando problemas. Ela concordou em fazer o sacrifício e satisfazer o Ifá de sua criança (ikin Ifá - dezesseis frutos de palmeira). Ela se tornou próspera porque sacrificou as coisas que Ifá prescreveu.
O sacrifício desempenha um papel essencial no sistema Yorùbá de crenças e tradição religiosa. De modo a viver longa e pacificamente na terra, espera-se que os seres humanos façam os sacrifícios necessários que atrairão boa sorte e afastarão as desgraças.


1 – 2 (tradução do verso)
Otito omifi-nte le-isa consultou Ifá para Eleremoju,
a mãe de Agbonniregun.
Ifá disse que o ikin de sua criança iria ajudá-la.
Portanto foi pedido a ela que sacrificasse
um rato awosin, uma galinha ou cabra,
e folhas de Ifá (folhas egbee, em número de dezesseis,
devem ser esmagadas na água e usadas
(para lavar a cabeça do cliente).
Ela obedeceu e fez o sacrifício.


Outro divinador, chamado Otitol omifi-nte le-isa também consultou Ifá para Eleremoju, a mãe de Agbonniregun. Ifá confirmou que o ikin de sua criança (fruto de palma sagrado) a ajudaria se ela continuasse a fazer seus sacrifícios.
Os divinadores de Ifá são também especialistas em ervas. Supõe-se que eles estejam bem fundamentados na medicina tradicional. Acredita-se que todas as plantas, ervas, e folhas do mundo pertencem a Ifá. Os conhecimentos sobre seus valores espirituais e medicinais podem ser encontrados nos ensinamentos de Ifá. Assim, em muitas ocasiões, os divinadores de Ifá prescrevem ervas e plantas para a cura ou prevenção de doenças e enfermidades. Em seu verso Odù, folhas egbee são recomendadas para lavar a cabeça do cliente (Orí), a qual se acredita controlar o destino da pessoa.


1 – 3 (tradução do verso)
Ototooto
Ororooro
Separadamente nós comemos frutos da terra.
Separadamente nós comemos imumu (fruto especial).
Nós estamos com a cabeça acima dos calcanhares em amor com Oba ‘Makin.
Todos eles divinaram para Agbonniregun.
Foi dito que se ele fizesse sacrifício, ele seria 
abençoado com filhos; ele nem saberia
o número de seus filhos 
durante e após sua vida.
Foi pedido a ele que sacrificasse 
uma cabra e folhas de Ifá.
Se ele oferecesse o sacrifício, ele deveria cozinhar folhas de Ifá para suas esposas comerem.
Ele obedeceu e fez o sacrifício. 
Folhas de Ifá: Folhas moídas yenmeyenme (agbonyin),
irugba, ou ogiri (condimentos) com cravos e outros condimentos.
Cozinhe-os juntamente com os trompas de falópio da cabra.
Coloque o pote de sopa em frente ao trono de Ifá 
e deixe que suas esposas a comam ali.
Quando elas terminaram de tomar a sopa, elas tiveram
muitos filhos.

As esposas de Agbonniregun estavam tendo dificuldade em engravidar e dar a luz. Os cinco Awo que divinaram para Agbonniregun enfatizaram a importância do sacrifício. Eles disseram que se ele concordasse em fazer o sacrifício, ele teria muitos filhos durante sua vida e após a sua morte. Adicionalmente, os sacerdotes tiveram que fazer uso de seu conhecimento sobre medicina tradicional para cozinhar folhas de agbonyin com as trompas de falópio da cabra sacrificada. Este remédio foi consumido pelas esposas de Agbonniregun antes que ele pudesse ter os filhos preditos por Ifá.


1 – 4 (tradução do verso)
Okunkun-birimubirimu consultou Ifá para Eniunkokunju.
Disseram que não havia ninguém que lhe tivesse feito uma gentileza
que ele não retribuiu com mal.
Nós pedimos a ele para sacrificar
uma alfanje e uma escada.
Ele se recusou a sacrificar,
Eniunkokunju - o nome com o qual chamamos o fazendeiro.
Todas as boas coisas que Ogede (a banana) forneceu 
para o fazendeiro não foram apreciadas.
O fazendeiro por fim decapitou Ogede.


Ifá muitas vezes fala por parábolas. Esta estória apresenta um relacionamento entre a banana (Ogede) e, personificada como alguém que foi gentil com o fazendeiro (agbe), um ingrato que retribuiu a gentileza com o mal. Não importa o quão grande seja o relacionamento, a banana é destruída ao final.
Nos tempos antigos, qualquer um encarnado por este Odù poderia ser decapitado ao fim de sua vida na terra. Em tempos modernos, isto se refere mais a “perder-se a cabeça” e pagar um alto custo.

Fonte Facebook Babá Àsògún Ivan Junior

A real história das Bruxas


Na verdade, as bruxas eram lindas mulheres, atraentes, sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia. Dominavam o uso medicinal das plantas. Eram enfim, verdadeiras cientistas fêmeas, sendo que à época de sua existência, não havia divisão entre a ciência e a religião.

As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do "santo ofício" consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural (o que, na minha opinião, faz sentido - uma bruxa ser uma pessoa de leveza sobrenatural, tão diferente das pesadas consciências

Assim, a igreja cometeu um verdadeiro genocídio, um verdadeiro holocausto (pois as bruxas eram torturadas e queimadas vivas), motivado por intolerância religiosa e de gênero, mas isso não é contado nos livros escolares.

O que importa disso, enfim, é o bom exemplo e o legado que elas deixaram, que deve ser admirado, seguido, lembrado e divulgado, pois eram um modelo maravilhoso para as mulheres do mundo inteiro, que deveriam pesquisar mais sobre sua história a fim de conhecer um pouco de sua filosofia.

As bruxas eram, enfim, mulheres livres.
(Blog: um homem diferente)


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O TURBANTE, OJÁ DE CABEÇA OU TORÇO NO CANDOMBLÉ




O turbante como acessório integrante do vestuário religioso do candomblé é chamado de torço, ou ojá de cabeça. Sua origem remonta a época dos escravos, onde seu uso foi difundido pelas mulheres negras, sobressaindo aquelas alforriadas ou as escravas de ganho, que faziam largo uso do mesmo pelas ruas da cidade como adorno de cabeça. Seriam essas mesmas mulheres, algumas empreendedoras bem sucedidas, que engendrariam uma nova modalidade de culto as divindades africanas no Brasil, posteriormente denominada de candomblé. Lembremos que trata-se de um termo genérico, já que não abrange os regionalismos heterogêneos que caracterizam as diversas formas de veneração aos Orixás, Voduns, Inkices e Entidades.

A verdadeira origem do turbante é incerta, contudo sua introdução na África Ocidental se deu através dos árabes. No entanto sua apropriação pelas mulheres permanece um grande questionamento, já que seu uso em países do Oriente Médio e na Índia é exclusivamente masculino. No candomblé o turbante ou torço adquiri vários significados a partir da forma que apresenta-se disposto na cabeça do iniciado. 

Indicará principalmente o sexo da divindade, ou alguma particularidade da mesma. Quando apresenta abas ou "borboletas" indicará uma Yabá; quando liso ou pontudo para cima um Oboró; quando torcido, simulando uma espiral, alguma relação com Oxumarê, Yewá, ou Dã-Bessem. Dependendo da ritualidade, junto ao torço usado pelo iniciado será adicionado diversos elementos litúrgicos, como folhas sagradas, fio de contas de grau e penas de aves simbólicas.

Quando da aparição pública das divindades nas cerimônias religiosas o torço poderá ocasionalmente vir a substituir os adereços de cabeça das mesmas, mas isso não deve se transformar em um hábito constante pois descaracteriza a composição tradicional dos seus paramentos.

Imaginem o Orixá Obaluaiê sempre usando torço em detrimento ao azê, é desarmonioso, desgracioso e totalmente fora do nosso contexto religioso, que deve ser preservado e transmitido aos novos iniciados. Cada Orixá, de Exú a Oxalá, possui um adereço de cabeça particular que o individualiza e complementa o seu vestuário, a roupa de santo. Esse adereço de cabeça poderá no entanto sofrer alguma variação em função da qualidade-caminho-desdobramento do Orixá que apresenta-se. Tomemos novamente por exemplo o Orixá Obaluaiê, a palha-da-costa que compõe o azê poderá ser tingida através de elementos naturais, adquirindo assim uma nova coloração.

Poderá ser profusa e longa, ou curta. E até mesmo não haver o azê, substituído por um capacete confeccionado em palha ou em metal. Saber vestir corretamente cada Orixá em seus desdobramentos faz parte do ensinamento iniciático pois tratasse de uma herança legada pelos nossos ancestrais, é um patrimônio cultural da religião do candomblé que deve ser valorizado. No tocante ao uso do torço por sacerdotes, alguns acham uma extravagância, já que convencionou-se atribui-lo as mulheres. Mas não vejo absolutamente nada demais, já que outros líderes de outras religiões também o usam. Observem os Aiatolás, eles usam turbante.


Fonte rede social
Caruaru tambėm tem AXĖ
F

Odara







Odara é uma palavra que tem origem na índia e na cultura hindu, mas que foi incorporada pela cultura brasileira por influência da cultura afrodescendente, notadamente a Umbanda e o Candomblé. Odara é um conceito de beleza que abarca o bem e o belo numa mesma ideia.

Esse significado foi incorporado pela cultura popular, tornando-se gíria e poesia. Por exemplo, temos a expressão “ficar odara”, que pode ser entendida como se arrumar, ficar bonito, se preparar para uma ocasião especial, e tanto num sentido material relativo a roupas, penteados, adereços, como num sentido espiritual, ficar bem consigo mesmo.

Nos cultos afro-brasileiros da Umbanda e do Candomblé, odara é um conceito muito importante, sendo identificado com Exu. No Candomblé, orada é o Exu do infinito, do eterno, criador de todos as coisas é o absoluto.

Já para a Umbanda odara se relaciona a uma fase do Exu, representando o momento que este não está caoticamente transitando, mas está em equilíbrio, trazendo coisas boas aos seus devotos.

Odara representa então para os cultos afro-brasileiros algo muito positivo, sendo ao mesmo tempo o criador de tudo, um guia, uma luz, e ao mesmo tempo uma energia do bem, positiva, que nos eleva e nos faz sentir coisas boas acerca de nós mesmos e de nossos semelhantes. Assim, no candomblé Odara representa o Deus todo poderoso, e na Umbanda o Deus do Bem, aquele que se opõe ao mau.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Na telha tudo se transforma .

Telha de cerâmica revestida com gesso artesanal ,com varias crianções. Peça seu orçamento nos cometários. 








domingo, 20 de agosto de 2017

O filho de Logun Edé




Yuli Falcão  o único representante de minorias soteropolitano do "Click Esperança".#ClickTeamDira

O Click Esperança foi ao ar pela primeira vez dia  23 julho, no programa "Fantástico" da Rede Globo e foram exibidos mais 3 episódios nos  domingos seguidos. O programa selecionou, dentre centenas de jovens de todo o Brasil, 13 crianças que possuem muito talento para comunicação e que desenvolvem projetos de esperanças transformadas em ações em suas cidades.
Yuli Falcão é o único representante baiano do "Click Esperança". Assista e saiba o que os jurados disseram sobre o nosso representante, e porque Yuli Falcão cativou tanto os jurados da Campanha.

Yuli, natural de Salvador - BA, é um rapaz de 17 anos, negro, estudante de escola pública, LGBTQI, utiliza seu corpo em forma de protesto sendo Drag Queen nas horas vagas, é candomblecista e  (Pai Pequeno) do Ilê Asé Yatolejí.

Desde sempre, Yuli milita de forma ativa a favor do respeito à diversidade e do combate à violência em todas as suas esferas. 



Em 13 de Agosto na Rede Globo  através de voto popular elegeu a equipe que mais se identificou para ser a equipe oficial da Campanha "Criança Esperança". #TimeDira 


                                   Doe amor , doe esperança de  vida ao irmão.


domingo, 28 de maio de 2017

Carmen faz um pacto com a bruxa cigana, Novela da rede globo 1987.


                                   Carmen faz um pacto com a bruxa cigana

OYA NÃO COME ABOBORA


O PORQUE OYA NÃO COME ABOBORA

Na verdade o que Iansã tem pela abóbora não é bem quizila, a quizila é para os filhos desta, Iansã tem pela abóbora GRATIDÃO. 

Conforme uma determinada lenda, normalmente contada nos candomblés, Iansã quase foi morta por um carneiro que a traiu chamando inimigos de Oya para que a matassem, e para fugir destes Iansã precisou se esconder no meio de uma plantação de abóboras por toda uma noite disfarçada como tal, e por gratidão de ter escapado da morte jurou nunca mais comer abóbora. 
OLOJE IKU IKE OBARAINAN



Parabéns Tais pela sua fé e respeito a nossa ancestralidade e ao candomblé......




PAI PERDOA !

"Ogam" que depois de confirmado vem dar "santu" 🤔
Bom !!!!!! Existe ritual bem antes de confirmar um Ogam.
Exemplo:

Em um toque ( festa ) o Orixá do Zelador ou zeladora pega o homem que está presente ..... E senta ele na cadeira do Orixá e outros Ogans suspende ele fazendo os rituais de praxe 👍 a sociedade ( egbe ) do candomblé presencia o acontecido.
O zelador ou zeladora confirma depois no jogo de búzios. 👍
Tem outros rituais ...... Exemplo.... O bolonã antes da confirmação que já é em outra festa para a sociedade ( egbe ) do candomblé.
É uma VERGONHA muito grande para o Zelador ou zeladora o Tal "Ogam" que seu Orixá ..... suspendeu !!!! Confirmou !!!! Etc... JOGOU O BUZIOS E gritou o Orunkó do santo do tal "Ogam" !!!! E MAIS TARDE ELE VEM A DAR "SANTU"
Este zelador ou zeladora Não tem visão de jogo de buzios ???
Não tem conhecimento ???
Não tinha Orixá ?????
O TAL "Ogam" Fingi depois que tá com "santu"
Esses tais "ogam" que vem a dar "santu" .... Cola próximo ao zelador ou zeladora para aprender ( chispar ) para depois da uma de rodante ?
Uma coisa vocês podem reparar !!!!
Todo "Ogam" que vem a dar "santu" não se contenta em ser Egbomi !!!! TODOS SE TRANSFORMA EM ZELADOR 🤔 Passa a jogar búzios etc......
A sociedade ( egbe ) do candomblé passou a chamar a casa desses "ogans" de AXÉ piroquinh@ ...... Pois esses "Ogans zelador" gosta de usar pano de cintura ( ojá ) para cobrir o tal "útero" que não tem. 😲😲😲😲😲
A moda tbm do MARMOTEIRO ( A ) tbm é :
Traz o "ogam" raspado e adoxado para o salão 🤔 é diz : SE MAIS TARDE ELE VIR A DAR "SANTU" ..... JÁ TÁ CONTANDO O TEMPO A PARTIR DE HOJE.
zelador ou zeladora sem conhecimento e visão de jogo de búzios.
"ogan" que vem a "dar" Santu" tem que começar do "zero" ( tudo de novo ) passa a ser um abian que tem que se iniciar.
Mo juba ( meus respeito ) para quem merece respeito.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Amburaxó

Conhecimento nunca é demais e quando podemos nos deliciar com textos explicativos e que relatam com riquezas de detalhes sobre nossa religião, podemos entender o porquê de muitas coisas assim também serve como lição para muitos que gostam de ficar ostentando "saberes".
Amburaxó
O Amburaxó era notadamente destacado como um culto simples, justamente por, não somente congregar em seu seio a miscigenação cultural adquirida nos quilombos, seu berço original, mas também por trazer as suas cantigas e rezas (ingorossis) a fala em português, algumas vezes entremeadas com termos yorubanos, bantos em suas mais diversas sublinguagens e rezas portuguesas, criando uma liturgia bastante diferenciada em relação às outras casas que, buscavam manter-se dentro dos ditames gnósticos e litúrgicos de suas origens africanas.
O Amburaxó, não somente trouxe para o seu culto os signos, ingorossis e cânticos miscigenados, mas também entidades, deidades, encantados e encantamentos singulares e miscigenados. Seus orixás confundem-se com os caboclos da pajelança e os santos católicos. Razão pela qual falam, comem, bebem e participam da Casa de candomblé tanto em sua administração quanto na vida espiritual dos filhos da casa, bem como interferem em trabalhos e ebós; aconselham atitudes e resolvem demandas. Não se limitam ao simples ato de dançar na sala e serem cultuados em seus pejis como os Inkisses bantus, Vodus geges ou Orixás yorubanos.
Infelizmente, como foi dito acima, tal culto está se perdendo na origem de sua raiz, mesmo porque as casas ramificadas do tronco de Amburaxó no bairro Beiru, da raiz de Miguel Arcanjo se perdeu em obrigações em outras nações e ritos, esquecendo-se de suas origens. É claro que não existe sequer uma casa de culto banto no Brasil que não traga em seus ingorossis ventos da casa Amburaxó. Uma cantiga que não se cante em português com traduções avulsas, aproximando a pronúncia e seus fonemas em bantu com palavras na língua portuguesa.

Ainda se vê em muitas casas de candomblé um as divindades Amburaxó como Ogun de Ronda, Ogum Marinho, Ogun do Cariri...costumes de incensar a casa, pois bem, estas práticas são Amburaxó. Nos cultos de matriz africana não existem tais atos. Superstições como varrer a casa de fora para dentro, desvirar os calçados, desatar os nós das roupas, fazer as romarias e o ato da missa com o Yawo inicando, ou até mesmo o ato da quitanda que serve para tirar a loucura do Erè. Atos de origem Amburaxó, criados no Brasil
Os descendentes de Miguel Arcanjo provêm de uma raiz pouco cultuada e pelo que se sabe apenas uma casa na Bahia ainda cultua esta raiz com todas as suas formas de apresentação.
Miguel Arcanjo praticava a "RAIZ DE AMBURAXÓ" e sua Inzo, que se chamava "TERREIRO DE MASSANGUA" se situava no bairro de BEIRU, hoje chamado de Tancredo Neves.
Em frente ao terreiro de Miguel Arcanjo ficava o da Mam'etu Maria Neném, o Terreiro Santa Luzia Fé e Razão (Maria Neném foi a matriarca da raiz Tombeici). Ela e Miguel Arcanjo eram muito amigos.
Miguel Arcanjo foi primeiro morador do bairro Beiru, que leva o nome de um negro escravizado, comprado pela família Hélio Silva Garcia. Ele herdou as terras antes pertencentes aos seus donos, hoje equivalente a área ocupada pelo bairro Beiru, que gira em torno de 1 milhão de metros quadrados de área.
Essas terras, após a morte de Beiru, voltaram à posse da mesma família de origem, já que o “Preto Beiru”, como era chamado, não tinha herdeiros libertos. Os Hélio Silva Garcia, em gratidão a Beiru, resolveram homenagear-lhe dando o nome Beiru à sua fazenda, como consta na escritura da fazenda datada do final do século XIX.
As terras foram então vendidas a Miguel Arcanjo, primeiro residente da área. Anos mais tarde ele viria a fundar o terreiro de Amburaxó no local onde se situava a casa grande da Fazenda Beiru. A venda das terras data de 1910. Foi assim que nasceu em 1912 a Nação de Amburaxó, na área conhecida como Jaqueira da Cebolinha, que atualmente dá nome ao Largo do Anjo-mau.
A Nação de Amburaxó, fundada por Miguel Arcanjo, se diferia dos demais terreiros por ter uma doutrina mais aberta. “Era mais fácil de aprender”, diz o filho-de-santo Eldon Araújo Laje, conhecido como Jijio, do Terreiro Insumbo Meian (Vila São Roque), localizado no Largo do Anjo-mau. Essa Nação se diferenciava das demais, como a Nação de Angola, a Nação Keto, da Nação Gêje e da Nação Banto, entre outras coisas porque todos os seus cultos eram realizados do lado de fora, aos pés das árvores sagradas, que até hoje existem no espaço que circunda o posto médico e a 11ª Delegacia. 
É dessa linha do candomblé que Miguel Arcanjo vai formar seus discípulos e que mais tarde disputarão as terras do bairro: Miguel Rufino, Olga Santos (morena) e Pedro “Duas Cabeças” que criaram seus terreiros independentes.
Depois de formados seus discípulos, já sabedores da Doutrina Amburaxó – pouco difundida, Miguel arcanjo morre, em 1941, aos 81 anos de idade, vítima de um câncer de próstata. A sua morte se deu na casa de seus filhos-de-santo Cazuza e Morena. Deixou como Herdeiras legítimas de suas terras, Caetana Angélica de Souza e Guilhermina Angélica de Souza. Como herdeiro do cargo de pai-de-santo ficou o seu filho-de-santo Manoel Jacinto.
Um pouco antes de falecer, Miguel Arcanjo adquiriu alguns pedaços de terra, entre esses ao Senhor José Evangelista de Souza (seu Cazuza). Esta área ia até o atual fim de linha do Tancredo Neves. Entre os anos de 1938 e 1944, Miguel Arcanjo de Souza moveu uma ação de despejo contra Manoel Cyriaco, que não vinha pagando seus honorários das terras arrendadas. O caso só foi resolvido anos mais tarde com a expedição de mandato de reintegração de posse das terras. Após tantas disputas, em 1979, o então governador do Estado da Bahia, Antônio Carlos Magalhães resolveu desapropriar todos os herdeiros das terras do Beiru, tirando a posse de todas as terras em detrimento da instalação de um projeto de urbanização da área.

Contextualizar um culto tão antigo e sincretizado é no mínimo um exercício de investigação digna de seriado policial. Mesmo porque, as origens deste culto tão simplificado na sua compreensão e prática se dão por um processo de extrema intricabilidade, um emaranhado de culturas que se fundiram a partir da heterogeneidade conhecida principalmente nos quilombos, lar de diversas culturas provindas de diversos rincões. Sejam negros das mais diversas nações africanas, importados na diáspora escravagista, fugidos de sua condição servil, com suas bagagens mais heterogêneas combinadas com a religião cristão-católicas imposta nas senzalas, acoplada com os “arranjos” que estes escravos criaram para, disfarçadamente poderem continuar a cultuar seus orixás, criando assim, o sincretismo que ainda perdura nos cultos de matriz africana, ditosamente a Umbanda; brancos de diversas origens, fugidos ou refugiados com culturas religiosas baseadas no catolicismo e religiões protestantes, e ainda com grandes bagagens na magia européia, sejam cultos bárbaro-pagãos, quanto suas matrizes míticas e místicas, bem como indígenas que tiveram suas aldeias saqueadas por brancos portugueses em busca de expansão de suas terras, com sua cultura religiosa autóctone baseada na pajelança e culto animista.
Assim, um encontro de culturas religiosas diversas que se conluiem num rosário de sincretismo que dará origem a uma nova religião: Amburaxó, a religião mais brasileira de todas; aquela recheada com símbolos e signos de todas as matrizes que deram origem ao povo e à cultura brasileira.

Fonte :Rede social

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