OYÁ / ÌYÁNSÁN
"OYÁ BI AKUFO IKOKO TI NRO KOKO-KOKO"
"OYá É COMO UM POTE DE BARRO JÁ ANTIGO, MAS QUE AO SER TOCADO REVELA POSSUIR AINDA TOTAL RESISTÊNCIA".
OYÁ " está associada a um aspecto do ar, ao vento e particularmente à tempestade e ao relâmpago (ar mais movimento = fogo); e está associada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja "
Há um conhecido mito que relata que Ègún é o nono filho de OYÁ em sua relação com Sàngó. Casada com Ògún e não podendo ter filhos, OYÁ consultou um Bàbáláwò. IFÁ revelou que ela só poderia ter filhos se fosse possuída com violência por um homem.
Sàngó a tomou e OYÁ teve nove filhos, sendo que os primeiros oito nasceram mudos. IFÁ foi novamente consultado e prescreveu-lhe que fizesse sacrifícios. OYÁ os fez e o seu nono filho foi Ègún…. Ègún não era mudo, mas falava com uma voz que não era humana.
Aliás, um Ìtan do ODU OSA MEJI, relatando sobre os sacrifícios feitos por OYÁ para ter crianças, diz que:
Aliás, um Ìtan do ODU OSA MEJI, relatando sobre os sacrifícios feitos por OYÁ para ter crianças, diz que:
eles pegaram a carne de ovelha e fizeram remédio para ela. E ela comeu. Quando ela deu à luz, ela deu à luz nove crianças. Ela é "a mãe que teve nove". E isso é como OYÁ tornou-se ÌYÁNSÁN, "a mãe dos nove". A carne de ovelha que ela comeu como prescrição para ter crianças nunca mais tocou seus lábios novamente. Isso é porque OYÁ não come ovelhas e esse animal é ewo (tabu) para os seus adoradores..."
No Brasil essa proibição é seguida tradicionalmente e os iniciados em OYÁ recebem a restrição à carne de ovelha/carneiro.
Desta forma OYÁ, que é dentre os EBORA femininos a única considerada filha, constitui-se representante do poder de ÌYÁ´MÍ e princípio genitor feminino - base teológica da existência de Ègún.
Por esses fatores alguns chamam a EBORA OYÁ de " Rainha e mãe dos Ègún ". Assim, ela é, sem dúvida,venerada ao lado dos Ègún e é quem comanda o mundo dos mortos.
Um dos oriki dedicados à OYÁ nos diz, "Ègúngùn l'ode orùn. Òòsà l'ode ayé.", ou seja, "Ègúngùn Oyá, que está no plano dos ancestrais. Òrìsà que está também na vida dos homens".
Pela sua relação com Ègún e o mundo dos mortos nos é possível entender o papel de OYÁ nos rituais de passagem que marcam a integração entre vida e morte.
Um mito nos conta que:
Oduleke, chefe de uma linhagem ilustre de caçadores e pai ancestral de todos os Odè, era casado com Òsún e tomou uma criança para criar. Esta criança, esperta e alegre, tornou-se a preferida de seu pai adotivo e recebeu o nome de OYÁ. A criança cresceu e tornou-se uma jovem que apreendeu com os pais as artes da caça e os segredos da magia.
Um dia, velho e alquebrado, Oduleke é levado pela morte. OYÁ, entristecida, resolve fazer uma homenagem ao pai. Para tanto, reuniu os pertences de caça de Oduleke enrolando-os em um pano por ela bordado. Preparou as comidas prediletas de Oduleke e convidou todos os chefes caçadores para a cerimônia fúnebre.
Cantando e dançando, durante sete dias carregou na cabeça o "carrego" com pertences de caça do pai. Sua voz foi levada aos quatro cantos do mundo pelo vento - seu elemento mágico, e de todos os lugares se apresentaram multidões de caçadores. Ao fim da sétima noite, OYÁ acompanhada por todos os Odès foi depositar o "carrego" ao pé de uma árvore sagrada situada dentro da mata. O pássaro agbe, de penas azuis e brilhantes, deixou o galho da árvore voando para o firmamento.
Cantando e dançando, durante sete dias carregou na cabeça o "carrego" com pertences de caça do pai. Sua voz foi levada aos quatro cantos do mundo pelo vento - seu elemento mágico, e de todos os lugares se apresentaram multidões de caçadores. Ao fim da sétima noite, OYÁ acompanhada por todos os Odès foi depositar o "carrego" ao pé de uma árvore sagrada situada dentro da mata. O pássaro agbe, de penas azuis e brilhantes, deixou o galho da árvore voando para o firmamento.
Olóòrun, emocionado, concedeu à OYÁ o poder de transportar os recém nascidos numa outra vida, os espíritos, do aiyé para o orùn, transformando Oduleke em Òrìsà e Oyá na mãe dos espaços sagrados." Desta forma estava criado o ajeje - vigília do caçador ( chamado no Brasil de Asèsé/Axèxé ), ritual fúnebre dentro da religião do Òrìsà.
OYA, GBE IRE PADE WA O. FUN WA NI ASE NLA-NLA O. OYA, IWO TO TARUGBO SE LOGE, SE WA LOGE O. KI AWA MAA YO BI OJO. KI AWON OMO ARAYE, O MAA YO MO WA :
"OYA, LEVA-NOS DE ENCONTRO A BOA SORTE. DÁ-NOS GRANDE ASE. OYA, VOCÊ QUE PODE REJUVENESCER O VELHO, FAÇA-NOS REJUVENESCER PARA QUE TENHAMOS SEMPRE A APARÊNCIA DO DIA. QUE TODOS OS SERES HUMANOS SE ALEGREM CONOSCO.
"OBINRIN OGUN, OBINRIN ODE. OYA ORIRI AROJU BA OKO KU:
(MULHER GUERREIRA, MULHER CAÇADORA. OYA, A CHARMOSA, QUE DISPÕE DE CORAGEM PARA MORRER COM SEU MARIDO).
Fonte Facebook
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