Orisa ONÍRA
Conta-se que Onira
era uma ninfeta que sonhava com a vaidade de Òsún. Todos os dias, ela ia ver
Òsún se banhar no rio, apreciava como ela cuidava dos cabelos, peles e etc.
Havia uma pedra no meio deste rio que até uma determinada hora, quando as águas
ainda estavam baixas, ela se apresentava como uma ilha e era onde Onira ficava
até que as águas começassem a subir. Num belo dia, Onira adormeceu e as águas subiram o seu
nível rapidamente e a encobriu antes que ela pudesse acordar. Neste mesmo
momento Onira estava sonhando que era uma Òsún. Conta esta itan (lenda), que o
Criador se penalisando de tão lindo sonho não permitiu que Ikù a pegasse e a
encantou naquele exato momento, o que lhe permitiu de continuar vivendo este
sonho na sua vida real.
Conta-se um outro itàn, que existia nas terras de
Irá, uma linda moça chamada Onira, ela sempre comandava seu povo com sabedoria.
Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia bem em matar seus
inimigos. Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra.
Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos q alí
encontrou. Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Osáàlá para que Ele
na condição de Rei, mandasse que Onira parasse de matar.
Onira recebeu o recado q Osáàlá queria vê-la e foi
até Ilê Ifé (palácio de Osáàlá). Chegando lá, Osáálá assustou-se, pois as
roupas de Onira eram vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela
ajoelhou-se e perguntou o que o grande Rei queria. Osáàlá mandou que trouxessem
uma grande quantidade de Efun (seu pó branco sagrado). Pegou seu pó e jogou
sobre Onira. Na mesma hora suas vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por
causa da mistura do pó branco com o sangue. Então, Osáàlá ordenou que Onira não
mataria mais ninguém, e que ela jamais vestiria vermelho em publico, e que rosa
seria sua cor, e como ela era uma moça tão quente, que fosse morar nas águas
junto com Òsún.
E lhe disse:
Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce,
por que matas?
Sinto-me bem quando tiro a vida de alguém, mas sei
q isso não é certo.
Foi então q Osáàlá teve uma idéia.
Já que você gosta lidar com a vida e com a morte,
você terá junto com Oyá o domínio sobre os Eguns. Não tirarás mais a vida de
ninguém, apenas irá conduzir os que já se foram.
Está certo Osáàlá, seu desejo será realizado mas
não tire de mim minha adaga.
Osáàlá disse: Pode deixar, mais agora vá morar na
cachoeira com Òsún.
Onira obedeceu a Osáàlá, foi morar na cachoeira.
Chegando lá Òsún ria e debochava dela, mais resolveu ser sua amiga. Porém,
Onira muito mal humorada, não queria papo. Até que um dia Onira adormeceu sobre
uma pedra, olhando Òsún banhar-se e as águas da cachoeira subiram e Onira
estava morrendo afogada, Òsún vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi
salva-la, chegando lá Onira estava quase morta e Òsún resolveu fazer um feitiço
e na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de lava que
correu rio a fora. Onira transformou-se em um rio de fogo. Òsún pensou que
Onira havia morrido, chorou por horas, sem saber o que diria a Osáàlá, já q ele
a incubiu de tomar conta da moça atrevida. Foi então que surgiu uma borboleta
linda, de cor salmão com tons alaranjados, que voava ao redor de Òsún. Ela
tentou pegar a borboleta que voou para dentro da floresta, Òsún seguiu a borboleta
que parou em frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira.
Òsún não
acreditava no que via, e Onira lhe disse:
Por que choravas minha amiga, estou aqui viva, e
graças a você!
Graças a mim porquê Onira? Eu não fiz nada.
Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço
e dividiu comigo todo seu encanto, agora sou uma ninfa (mulher encantada),
assim como você, tenho poderes de transformação. Posso ser um rio de fogo nos
meus momentos de ira, posso ser um búfalo quando eu quiser ficar sozinha, e me
transformar na mais bela borboleta quando estiver feliz. E Onira foi até Osáàlá
lhe contar o q havia acontecido, ele ficou feliz mais sabia que toda esta
mudança jamais acalmaria Onira, e que por dentro ela ainda seria aquela
guerreira incansável. Mandou então que ela fosse morar com Oyá e aprender a
dominar os Eguns. Depois, Onira mudou-se e foi viver com Osóòsi e como ela foi
criada por caçadores, sabia caçar como ninguém. E Onira morou com quase todos
os Òrìsás, aprendendo tudo que eles sabiam fazer.
Onira = a Senhora de Irá (terra de Oyá)
Ela é impulsiva e suas filhas carregam suas
características, são capazes em momentos de comoção doar, na hora e sem pensar,
tudo o que tem, mas se a pessoa fizer uso indevido daquilo que ela doou, ela
vai pra cima, sem mais delongas, se ela for traída então piorou, são capazes de
tudo na hora de raiva; mas acabando esses momentos de impulsividade momentânea
são pessoas maravilhosas, prestativas. Possuem um pouco de difículdade em
guardar segredos, mas, em determinadas ocasiões, sabem manter a regra.
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